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 Aug 18

TITO CALOI: "A GROOVE BIKES ESTÁ APOSTANDO BASTANTE NA LINHA DE BICICLETAS ELÉTRICAS, APESAR DE O MERCADO NÃO ESTAR TOTALMENTE DESENVOLVIDO NO BRASIL"


Fabricante nacional, que possui fábrica em Mococa, no interior de São Paulo, desde o ano passado passou a produzir bicicletas de alto valor agregado no Polo Industrial de Manaus (PIM), acompanhando de perto o crescimento do mercado de alta gama.

Legenda da imagem:  Foto principal: Tito Caloi, diretor da marca Groove Bikes, presente no Shimano Fest 2024. ©Eduardo Santos 

O industrial Tito Caloi, presente no Shimano Fest 2024, concedeu entrevista exclusiva ao diretor de Redação da Revista Bicycle, Eduardo Santos, em que analisa a situação atual do mercado de bicicletas e o potencial de crescimento em que está apostando nas e-bikes. Confira:

Revista Bicycle: A sua linha 2024 está composta de diversos modelos, principalmente com as mountains bikes, o que você está trazendo de novidades aqui para esta feira? 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: A gente está apostando bastante na linha de bike elétrica, a gente já tem dois modelos, que é a e-Ska e a Slap eletric, e estamos  lançando também agora a e-Hype, que é o modelo mais urbano versátil. E aí vocês podem conhecer no site da Groove, que é groovebikes.com.br. E a ideia é realmente trazer produtos de alta qualidade, alta tecnologia e, enfim, para estar bem, com uma presença bem forte no mercado. 

Revista Bicycle: Você falando em alta qualidade e tecnologia, produtos de valores agregados maiores, lembramos logicamente que você agora está com uma planta na Zona Franca de Manaus, certamente por conta da facilidade que é Manaus, pelo menos com relação à produção. É certo que tem outras restrições também. A sua decisão de construir uma planta em Manaus, que eu sei que não é uma coisa nada fácil, já que você teve que migrar de um território como São Paulo para o Amazonas. Vocês tiveram também planta aqui no interior de São Paulo, com Cairu e a própria Caloi, mais no passado. Como está o trabalho agora em Manaus? Está incipiente, ou está bem desenvolvido? 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: A gente inaugurou a fábrica o ano passado e está indo muito bem, realmente existe os incentivos fiscais, que faz parte da estratégia de incentivar a região e alguns produtos. Com isso a gente pode trazer produtos de alta tecnologia e desenvolver também o Polo, além disso, a gente continua com a fábrica em Mococa, no interior de São Paulo, onde nós fazemos as bicicletas convencionais, sem ser elétrica. Temos lá desde a balance para criança de 2, 3 anos de idade, até a mountain bike mais sofisticada, tem a Urban, enfim, uma linha completa de modelos que a gente fabrica em Mococa e agora fabricamos também agora em Manaus. 

Revista Bicycle: Agora falando da atual situação do mercado. Nós vivemos um tempo de pandemia em que a bicicleta tirou muita gente do sufoco, porque naquele momento não podia se socializar (distanciamento social), ir para a academia inclusive. Foi um "boom" da bicicleta, isso não só no Brasil, como teve uma amplitude mundial. Passado esse tempo, temos visto, ao menos pelos dados da ABRACICLO, que a bicicleta tem perdido espaço em vendas, em volume, esses dados eram os mais considerados no Brasil, e agora, por anos seguidos, em 2023 por exemplo, com -23,7%, e a tendência é que neste ano (2024) tenha uma baixa de mais 21,2%. Como a Groove tem 'surfado' essa onda, digamos assim, meio que uma marolinha? 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: É, realmente não é uma marola não, é um tsunami que atingiu o mercado mundial de bicicletas, não só no Brasil, mas na Europa, nos Estados Unidos, enfim, todos os países sentiram isso, porque durante a pandemia houve muita antecipação de compra, como você falou. Então o pessoal que estava na dúvida de comprar e tal, que era prioridade número 6, 7, 8, enfim, passou por prioridade número 1 e comprou, comprou muito, o mercado estava muito aquecido e logo depois houve uma queda na venda muito forte, logo depois da pandemia, sendo que as compras, as importações são feitas com 1 a 2 anos de antecedência, então houve um descasamento entre o programa de compras, que é de longo prazo, e a interrupção abrupta das vendas, então, enfim, houve uma bagunça geral no mercado, muita queima de preço, que eu acho que agora está se acomodando. Os preços estão voltando aos valores normais, saudáveis, para cada empresa ter sua rentabilidade e poder também programar no médio e longo prazo com os fornecedores estrangeiros. Somente a gente trabalha com Shimano, com Rockshocks e pneus também, tem uma programação de longo prazo, então agora está dando para programar um pouco mais, mas realmente o mercado sofreu muito, houve muita gente que acabou interrompendo as atividades fora do Brasil, então houve realmente uma turbulência bem forte mesmo. 

Revista Bicycle: Agora continuando falando da sua gama de produtos, tivemos recentemente uma Eurobike em que mais uma vez as bicicletas elétricas se sobressaíram, principalmente na Europa, e essa é uma fatia de mercado que já está suplantando as bicicletas tradicionais. E eu vejo que parte da sua linha está migrando para isso. Gostaria que você falasse com relação ao seu produto. Quais as características principais deles, e o que ainda falta para que o Brasil saia daquele traço, 2% do mercado, para uma coisa mais robusta? 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: Sim, é, como você falou, lá na Alemanha, na Holanda, já corresponde a 50% ou mais do mercado total de bicicletas, então houve um crescimento muito, muito forte dos segmentos de elétricas em alguns países, na maioria dos países, os Estados Unidos (es)tá um pouco atrasado ainda, mas já tá bem na frente do Brasil em termos de números, mas eles estão correndo rápido também pra alcançar esses níveis da Europa. E no Brasil, é uma coisa cultural também, ainda vai acontecer, mas ainda os números são pequenos. Se a gente comparar com os números da Europa e até dos Estados Unidos. E, bom, sem falar na Ásia toda, a China e tal, que é a loucura. Você tem que tomar cuidado para não ser atropelado por uma bike elétrica. Eu acho que também o preço influencia. Nós estamos no mercado muito, muito sensível ao preço, com a importância de custo-benefício, o mercado ainda não está totalmente desenvolvido, mas tem um grande potencial, a gente está apostando bastante, e os nossos lançamentos são nessa linha para ter produto bom, e com preço acessível.  

Revista Bicycle: Mais alguma observação que você gostaria de falar à respeito do Shimano Fest, do dia de ontem (quinta-feira, 15 de agosto), hoje, qual é a sua perspectiva para encerrar? 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: (Es)tá indo bem. Acho que deveria ser uma iniciativa de várias marcas, não ficar... já que a Shimano está patrocinando o evento, acho bom, mas seria bom que tivessem outras marcas também dando apoio e marcas de componentes, sem se importar em que seja concorrente ou não, para também não ficar uma coisa exclusiva. 

Revista Bicycle: E em termos de público o que você achou 

Tito Caloi, diretor da Groove Bikes: Em termos de público está indo muito bem, amanhã e depois vai ser aberto ao público. Hoje é só o trade, mas está indo muito bem, não sei se é o nosso stand que está sempre cheio aqui, mas acho que a maior parte dos stands tem gente e acho que a gente está bem feliz. A gente agradece a Shimano por essa iniciativa e que os anos seguintes também sejam de sucesso. 

Foto 2: Estande da marca Groove Bikes, festival da bicicleta, realizado em agosto, em São Paulo. ©Eduardo Santos 


autor do artigo

Eduardo Santos

Diretor de Redação da Revista Bicycle

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